quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Gerenciamento de resíduos químicos


Fonte: Youtube.

Uma brincadeira sobre a coleta seletiva


Logo abaixo é apresentado um vídeo que faz uma brincadeira sobre a coleta seletiva. Apesar do fundo cômico, pode-se perceber que ele mostra um pouco da realidade da coleta seletiva em algumas cidades. Enquanto em alguns lugares esse processo já foi bem implantado, em outros locais falta informação, conscientização à muitas pessoas quanto a composição de materiais. Poucos estímulos financeiros também representam fator determinante para o fracasso de um projeto de gerenciamento de resíduos.


Fonte: Youtube.

Lixeira Viva

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fale conosco

Esse espaço é destinado para dúvidas e críticas relacionadas ao Blog em geral e aos temas que ele aborda. Nos envie também sugestões de outros assuntos interessantes. A idéia é atender aqui desde às pessoas leigas até aos profissionais. O grupo FarmaQuimS/A agradece!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Resíduos dos Postos

Um posto revendedor de combustível possui basicamente as seguintes instalações:

1. a unidade de abastecimento de veículos (bomba de gasolina)

2. os tanques de combustíveis (geralmente enterrados)

3. os pontos de descarga de combustíveis, onde os carros-tanques fazem o reabastecimento

4. o tanque para recolhimento e guarda de óleo lubrificante usado (geralmente enterrados)

5. as tubulações enterradas que comunicam o ponto de descarga com o reservatório e este com as bombas de abastecimento

6. as edificações para escritório e arquivo morto

7. a loja de conveniência

8. o centro de lubrificação e o centro de lavagem

9. a unidade de filtragem de diesel

10. o sistema de drenagens oleosas e fluviais

11. equipamentos de proteção e controle de derrames e vazamentos de combustíveis, bem como de segurança quanto a incêndios e explosões (SANTOS, 2005).

Esquema típico de um posto de gasolina. Fonte: Santos( 2005, apud Ecoteste, 2005)


Fontes de contaminação do subsolo e aqüífero freático

Fonte: Ricardo Hirida, Decifrando a Terra, 2000 – USP


A tabela a seguir mostra os principais resíduos gerados nos postos de gasolina:

Fonte: Lorenzett, D. B. & Rossato, M. V. A gestão de resíduos em postos de abastecimento de combustível. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.Revista Gestão Industrial, v. 06, n. 02: p. 110-125, 2010.


“A principal fonte potencial de poluição em um posto de abastecimento é causada por vazamento e derrames de combustíveis no Sistema de Armazenamento Subterrâneos de Combustíveis (SASC) do empreendimento, contaminando o solo e a água, causando riscos à saúde pública e ao meio ambiente. De acordo com dados da CETESB (2005), de 1984 até o ano de 2004, ocorreram 550 acidentes em postos de abastecimento no estado de São Paulo, sendo que a maioria é devido a problemas com os tanques e tubulações, os principais componentes do SASC, conforme demonstrado na figura a seguir.” (Barros, 2006)



Causas de acidentes em postos de gasolina de 1984-2004. Fonte: CETESB


Da Investigação e Prevenção nos Postos de Gasolina


Piso

Sobre ele são impostos grandes esforços mecânicos pela circulação de veículos no local, principalmente, caminhões e carretas. Nestas condições, as tubulações e tanques subterrâneos estão sujeitos aos efeitos da vibração e da movimentação do solo, podendo gerar rupturas, principalmente nas conexões. Sinais de reformas existentes no piso, quase sempre, indicam que tenham sido realizados reparos em linhas ou tanques, em razão da ocorrência de vazamentos passados.


O material constituinte do piso, também é um fator importante, pois, embora não seja tão freqüente, ainda são encontrados postos e sistemas retalhistas de combustíveis não pavimentados ou mesmo construídos com blocos de concreto, asfalto ou paralelepípedos, os quais permitem que, durante as operações de descarregamento ou de abastecimento dos produtos, qualquer vazamento superficial de combustível, se infiltre no solo.


Para que esse problema não ocorra e, também, para evitar a transmissão de esforço às tubulações enterradas, o material utilizado na construção do piso do estabelecimento, bem como a sua espessura devem seguir as recomendações técnicas da ABNT.


Canaletas

As canaletas ao redor da pista de abastecimento e/ou do estabelecimento, têm a finalidade de conter os eventuais derramamentos ocorridos durante as operações de abastecimento ou de descarga dos combustíveis, bem como receber os eventuais efluentes da lavagem de veículos, e direcioná-los para um separador de água e óleo individual e segregado dos demais separadores existentes. O desvio para a via pública pode fazer com que atinjam galerias de água pluviais ou de esgotos e gerem atmosferas inflamáveis em seu interior.


Unidades de abastecimento

São freqüentes os vazamentos de combustíveis nessas unidades, também denominadas bombas de abastecimento, a partir das conexões que integram o sistema de bombeamento e abastecimento dos produtos. Em muitos casos, é possível observar o jorro ou o gotejamento de produto, mesmo estando o equipamento inoperante. Em alguns casos, o simples acionamento do bico de abastecimento é suficiente para a visualização do vazamento do combustível pelas conexões.


Um bom indicativo da existência de vazamentos nas unidades de abastecimento, é a presença de sinais de desgastes na pintura externa dos seus painéis, provocados pela ação do contato direto do produto.


Quase sempre os vazamentos por perda de estanqueidade nas unidades de abastecimento não são detectados a partir do controle de estoque manual, ou da grande maioria dos sistemas eletrônicos de detecção instalados.


Esses vazamentos, ainda que em pequenas proporções, normalmente geram grandes contaminações do subsolo, por longos períodos de tempo, motivo pelo qual recomenda-se a utilização das câmaras de contenção, confeccionadas em material impermeável, sob as unidades de abastecimento, as quais impedem o contato direto do produto vazado com o solo e indicam qualquer vazamento, através de sensores instalados em seu interior.


Tubulações

As tubulações metálicas galvanizadas convencionais são mais sujeitas à fragilização por esforço mecânico, em razão de suas características e à rigidez dos metais de que são construídas, principalmente se o piso do estabelecimento, não estiver, no mínimo, em conformidade com as recomendações técnicas.


Atualmente, são fabricadas tubulações de PEAD - Polietileno de Alta Densidade que apresentam permeabilidade similar à dos metais e possuem grande resistência mecânica, contudo são flexíveis para absorver os impactos e adaptar-se à movimentação do piso e do solo. Também são utilizadas tubulações secundárias, as quais envolvem a tubulação principal, para aumentar a eficiência da contenção de vazamentos, inclusive com a instalação de sensores de vazamentos, no espaço entre as duas tubulações.


Câmara de calçada de acesso à boca de descarga

Em sua grande maioria, as câmaras de calçada, de acesso às bocas de descarga de combustíveis dos tanques subterrâneos, não são impermeabilizadas, razão pela qual os costumeiros extravasamentos ocorridos durante o descarregamento dos produtos acabam por contaminar o subsolo, sendo comum observar-se a presença de combustível acumulado nas bocas de descarga ou a presença de solo impregnado com o produto ao redor das mesmas.


O sistema de contenção pode ser complementado pela instalação de um dispositivo de descarga selada no bocal de enchimento do tanque que para evitar o retorno do combustível em caso de ser excedida a capacidade do tanque, bem como, pela instalação de uma válvula contra transbordamentos, na linha de descarga interna ao tanque.






Câmara de calçada de boca de descarregamento contaminada

por óleo diesel. Fonte: CETESB







Filtro de óleo diesel

São comuns os vazamentos nas linhas que interligam o reservatório de armazenamento de óleo diesel do filtro às unidades de abastecimento, os quais, geralmente, acarretam a perda de produto, pois as mesmas trabalham com pressão. Um forte indicativo da ocorrência de vazamentos nas linhas é o acionamento automático da bomba de sucção do filtro, que extrai o óleo diesel do tanque subterrâneo, sem que esteja ocorrendo o abastecimento de veículos com o produto, no estabelecimento. Isto ocorre porque, com a diminuição do volume de produto armazenado no reservatório do filtro, a bomba de sucção é acionada, para repor o produto no reservatório.





Filtro de diesel

- ponto normalmente sujeito a vazamentos. Fonte: CETESB






Separadores de água e óleo

Os separadores de água e óleo, também denominados caixas-separadoras, são caixas subterrâneas com dois compartimentos, sendo um de decantação da água e outro de flutuação dos óleos, divididos por uma parede intermediária aberta na sua parte inferior, normalmente construídas em alvenaria, as quais localizam-se em frente ou nas proximidades dos locais onde é realizada a lavagem completa de veículos. Tais caixas são sujeitas à ocorrência de trincas em sua estrutura ou mesmo ao extravazamento por excessivo acúmulo de resíduos.


Atualmente, já existem separadores de água e óleo confeccionados em fibra de Poliéster, Polietileno ou outros produtos similares, os quais impedem as infiltrações de óleo ou água contaminada no solo.


Uma boa maneira para aumentar a eficiência dos separadores de água e óleo, é a instalação de mais de um compartimento de decantação e separação das fases líquidas da água e dos óleos, depurando, ao máximo, a mistura. Os separadores devem ser esvaziados e limpos com freqüência, evitando-se o excessivo acúmulo de sólidos em suspensão e borras na caixa de sedimentação ou que o mesmo seja utilizado como reservatório de estocagem desses resíduos.


Equipamentos subterrâneos devem ser devidamente fiscalizados e merecem cuidados especiais:

Tanques subterrâneos desativados

A existência de tanques desativados no estabelecimento investigado, pode ser um forte indício da existência de passivo ambiental, uma vez que, normalmente, são retirados de atividade, por apresentarem falta de estanqueidade. Ainda que não tenham sido desativados por problemas de vazamentos, esses tanques estarão mais sujeitos aos efeitos da corrosão, devido à grande área de contato com o oxigênio em seu interior.


Tanques subterrâneos de óleos lubrificantes usados

Esses tanques subterrâneos são utilizados para o armazenamento temporário de óleos lubrificantes provenientes das trocas efetuadas nos veículos, até a sua destinação final adequada.


Geralmente, por se tratar de resíduos com pouco valor comercial, não são dispensados os mesmos cuidados dados aos tanques de armazenamento de combustíveis automotivos e o controle de estoque não costuma ser rigoroso e, raramente, são efetuados testes nesses tanques, com o intuito de confirmar a sua estanqueidade.


Ainda são encontrados vários postos de revenda de combustíveis que, para essa finalidade, ainda utilizam caixas subterrâneas construídas em alvenaria, as quais são absolutamente inadequadas, uma vez que os óleos lubrificantes podem permear as paredes internas e atingir, facilmente, o subsolo.


Tanques subterrâneos de combustíveis

Esses tanques subterrâneos são utilizados para o armazenamento de combustíveis automotivos, sendo que os tanques convencionais, fabricados com aço-carbono, possuem parede única simples e são sujeitos aos efeitos da corrosão, principalmente nos pontos de solda das chapas e conexões.


Os principais fatores que influenciam o processo de corrosão estão relacionados com o pH, a umidade e a salinidade do solo onde os tanques estão enterrados. Estatísticas norte-americanas recentes indicam que 91% dos tanques subterrâneos sofrem corrosão a partir do seu exterior, enquanto que, apenas 9% deles sofrem corrosão a partir da parte interna.


As corrosões a partir da parte interna dos tanques subterrâneos estão normalmente relacionadas aos componentes do produto comercializado, como é o caso do óleo diesel com altos teores de enxofre, que facilita a degradação das chapas metálicas, sendo que a oxidação tenderá a ser mais intensa na parte vazia dos tanques, pela presença de oxigênio.


Atualmente existem tanques de parede dupla, também denominados tanques jaquetados, os quais representam um grande avanço no controle de vazamentos. Esses tanques são construídos com duas paredes e com um sensor especial, instalado no espaço intersticial com pressão negativa, o qual será acionado pela alteração da pressão interna, provocada pele entrada de ar ou da água do lençol freático por falta de estanqueidade da parede externa ou pela entrada do produto por falta de estanqueidade da parede interna.


A maioria desses tanques é construída com dois materiais distintos, sendo que a parede interna, a exemplo do modelo convencional, é construída com aço-carbono, enquanto a parede externa é construída com uma resina termofixa, não sujeita à corrosão, a qual fica em contato direto com o solo. Alguns outros modelos de tanques possuem as duas paredes fabricadas com resina.





Vista geral de um SASC, conforme normas da ABNT. Fonte: Zeppini









Fonte principal com adaptações: CETESB. Disponível em : http://www.cetesb.sp.gov.br/

Outras referências:

SANTOS, R. J. S. dos. A gestão ambiental em posto revendedor de combustíveis como instrumento de prevenção de passivos ambientais. 2005. 217f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão do Meio Ambiente) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.


Para informações técnicas e adicionais a respeito do descarte em postos de gasolina, veja: BARROS, P.E.O. Diagnóstico Ambiental para Postos de Abastecimento de Combustíveis – DAPAC. Monografia disponível em 27/07/2010: http://www.engeplas.com.br/pdf/disser.pdf



Escrito por Isis Andrade


Descarte de medicamentos

Assim como pilhas e óleo de cozinha, outro item merece atenção especial dos consumidores na hora de ser descartado: o medicamento. A problemática reside no fato de que muita gente não sabe como proceder quando um remédio perde a validade ou não pode mais ser utilizado por outros motivos. O mais comum é jogá-lo diretamente no lixo ou no sistema de esgoto, práticas que oferecem perigo a outras pessoas e ao meio ambiente.


A presença de compostos farmacêuticos ativos no ambiente aquático, atualmente, tem sido objeto de preocupação tanto de orgãos de fiscalização governamentais como da comunidade científica. A presença desses compostos em lagos, rios e águas subterrâneas podem provocar desequilíbrios ambientais e a possibilidade do desenvolvimento de organismos resistentes a esses compostos. Os poluentes mais perigosos, são medicamentos que contém antibióticos, pois há grande possibilidade de gerar bactérias super-resistentes; e os hormônios, que podem causar diversas alterações endócrinas em animais e seres humanos. As substâncias entram na cadeia alimentar, e as consequências são imprevisíveis e potencialmente desastrosas.


Para a farmacêutica industrial da Farmanguinhos Elda Falqueto, mestre em Saúde Pública e uma das autoras do livro "O que você precisa saber sobre medicamento - manual básico", ainda há pouca informação difundida sobre o descarte adequado de remédios: "Se você jogar no lixo sem qualquer precaução, outras pessoas podem fazer uso, o que é especialmente perigoso no caso dos medicamentos controlados. Além disso, o lençol freático fica contaminado. Quem prefere dissolver os remédios e jogá-los na pia vai contaminar a água de consumo, pois o sistema de tratamento de esgoto não é capaz de eliminar todas as substâncias químicas presentes", explica.


O descarte mais adequado de um medicamento deve ser feito através de incineração industrial ou disposição em um aterro sanitário preparado para resíduos químicos perigosos. O ideal é que as farmácias recolham o material e o encaminhem para os locais adequados. Para saber se uma cidade possui postos de coleta de medicamentos vencidos ou que sofreram algum dano que impossibilite seu uso, basta ligar para a Vigilância Sanitária do município. As legislações/orientações atuais relacionadas são as dispostas abaixo.


Descarte de medicamentos líquidos e sólidos que passaram da validade: a RDC/ANVISA n° 306/2004, lista, nos itens 11.11 e 11.12, as classes de medicamentos sujeitas a tratamento especial. Os medicamentos enquadrados nas classes não listadas podem ser descartados, quando líquidos, no sistema coletor de esgoto, desde que atendam às diretrizes dos órgãos de vigilância sanitárias locais, e quando sólidos, em aterros sanitários, após serem descaracterizados e retirados de seus invólucros. O poder público local é quem deve normatizar o descarte desses medicamentos. Por exemplo, em Curitiba a prefeitura tem postos de recolhimento desses medicamentos e depois dá-se uma disposição final adequada para os mesmos. A RDC ANVISA n°306/2004 que dispõe sobre o gerenciamento de resíduos em serviços de saúde, nos itens 11.2 e 11.11 fala a respeito desse tipo de descarte nos serviços de saúde, tais itens poderiam ser usados pelo poder público local para embasar uma legislação específica para o assunto.


O artigo 90 da portaria n° 6/1999 estabelece a regra para destinação de medicamentos não utilizados. Como o artigo cita "qualquer motivo", entende-se que os medicamentos vencidos também estão contemplados. Quando por qualquer motivo, for interrompida a administração de medicamentos a base de substâncias constantes nas listas da Portaria SVS/MS n° 344/98 e de suas atualizações, o prescritor e/ou autoridade sanitária local devem recomendar ao paciente ou seu responsável que façam a entrega destes medicamentos no órgão competente, vigilância sanitária. A autoridade sanitária emitirá um documento comprobatório do recebimento e, posteriormente, dará o destino conveniente( inutilização ou doação). Neste caso, medicamentos controlados vencidos, a autoridade sanitária local deverá recebê-los e encaminhá-los para a inutilização.


Agradecimentos: a farmacêutica industrial da Farmanguinhos, Elda Falqueto; e a "ANVISA atende", serviço de consultoria da ANVISA.


Escrito por João Antônio A. da F. Gouveia

Reciclagem de pneus

Há algum tempo a humanidade utiliza o pneu como ferramenta que facilita o transporte por veículos terrestres automotores e outros. Ele permite a tração do veículo e absorve os choques com o solo sobre o qual o veículo trafega.


Ao mesmo tempo que os veículos passaram a ser produzidos em cada vez maiores quantidades, também cresceram as indústrias de pneus, destinando-os tanto à equipagem dos veículos novos quanto à reposição na frota em circulação. Estima-se que a produção mundial de pneus esteja ao redor de um bilhão de unidades. No Brasil, são produzidos anualmente 45 milhões de pneus, um terço dos quais é exportado, outro terço é adquirido pelas montadoras para equipar os veículos novos e o terço restante é destinado à reposição da frota.


Nos anos mais recentes, a preocupação com a qualidade do meio ambiente, fez com que as pessoas repensassem no descarte de pneus na natureza ou em aterros sanitários. Os pneus retém água que favorece a proliferação de insetos nocivos e transmissores de doenças (como a dengue). Embora se biodegradem muito lentamente (estima-se um prazo não inferior a 150 anos), os pneus contém substâncias tóxicas que podem ser liberadas na atmosfera e também contaminar o solo, o lençol freático e os cursos de água. Um pneu comum de automóvel contém o equivalente a 10 litros de óleo combustível, e o risco de incêndios é sempre iminente, durando semanas até se extinguir, exalando gases tóxicos e fumaça negra na atmosfera. Os pneus ocupam muito espaço, dificultam a compactação e acumulam gases (metano) da decomposição do material orgânico, vindo à tona mesmo depois de aterrados.

Por esses motivos, vários países começaram a adotar medidas para que se dê destinação mais adequada aos pneus descartados.


Um pouco sobre a composição dos pneus


Um pneu é construído, basicamente, com uma mistura de borracha natural e de elastômeros (polímeros com propriedades físicas semelhantes às da borracha natural), também chamados de "borrachas sintéticas". A adição de negro de fumo confere à borracha propriedades de resistência mecânica e à ação dos raios ultra-violeta, durabilidade e desempenho. A mistura é espalmada num molde e, para a vulcanização - feita a uma temperatura de 120-160ºC - utiliza-se o enxofre, compostos de zinco como aceleradores e outros compostos ativadores e anti-oxidantes. Um fio de aço é embutido no talão, que se ajusta ao aro da roda e, nos pneus de automóveis do tipo radial uma manta de tecido de nylon reforça a carcaça e a mistura de borracha/elastômeros é espalmada, com uma malha de arame de aço entrelaçada nas camadas superiores. Estes materiais introduzem os elementos químicos da composição total de um pneu típico.


O peso de um pneu de automóvel varia entre 5,5 e 7,0 kg (182 a 143 unidades por tonelada), e um pneu de caminhão pesa entre 55 e 80 kg.(18 a 12 unidades por tonelada).



Figura 1: Corte de um pneu radial de automóvel com suas partes e respectivos materiais componentes



Tabela 1: Composição química média de um pneu





Os pneus são produzidos com composição e características variadas para atender as diferentes demandas, utilizando para tanto diferentes processos de produção. Cada região tem perfil de demanda que reflete as condições das estradas, os limites de velocidade de cada área, o estilo de dirigir da população. Por exemplo, os europeus preferem pneus que desenvolvam maior velocidade sem, entretanto, comprometer sua integridade. Esta característica de suportar altas velocidades é obtida pela seleção de compostos que possam resistir á temperatura e à tração e pela forma física mais estreita do pneu. Essas diferenças da composição dos pneus irão influenciar tanto na sua durabilidade como nas formas de reaproveitamento dos mesmos.

Abaixo serão listadas algumas das formas de reaproveitamento de pneus.



Reforma (Recauchutagem) Tecnologia Primária (A).


Processo para a reforma de um pneu usado em que a camada superior de borracha da banda de rolamento é reposta e vulcanizada. Os requisitos para que se possa fazer a reforma são que a estrutura geral do pneu não apresente cortes e deformações, e a banda de rodagem ainda apresente os sulcos e saliências que permitem sua aderência ao solo (ou seja, que na linguagem popular o pneu não esteja "careca"). As precárias condições de conservação dos pavimentos de estradas e ruas limitam muito a vida útil do pneu de primeira rodagem, assim como impedem sua reforma. Outra limitação é econômica.


Em boas condições de conservação, um pneu de caminhão pode suportar até cinco reformas. No Brasil, a reforma de um pneu de caminhão ou ônibus custa em torno de um terço do preço do novo. Já um pneu reformado de automóvel custa 60% do preço do novo, e não se recomenda que seja reformado mais de uma vez. Além disto, nos grandes centros, redes de lojas especializadas e supermercados vendem os pneus novos com pagamento parcelado, enquanto o pneu reformado deve ser pago à vista. Estes fatores têm reduzido cada vez mais a reforma de pneus de automóveis.



E-se que apenas um terço dos pneus produzidos anualmente para o mercado interno sejam reformados, cerca de 10 milhões (isso porque as condições das estradas fazem com que os pneus não atendam aos requisitos acima listados).



Recuperação. Tecnologia primária (B).

Consiste na trituração dos pneus e moagem dos resíduos, reduzidos a pó fino. A borracha contida nos resíduos, na forma vulcanizada, não sofre modificação e não é separada dos demais compostos.



Os pneus recuperados têm dois usos mais comuns: na mistura com asfalto para pavimentação e nas fábricas de cimento, incinerado no forno como combustível.




• Desvulcanização

A regeneração dos pneus é feita por vários processos - alcalino, ácido, mecânico e vapor superaquecido. O processo é resumido abaixo:


(1ª) O pneu é picado em pedaços e (2ª) estes são colocados num tanque com solvente para que a borracha inche e se torne quebradiça; (3ª) em seguida os pedaços são pressionados para que a borracha se desprenda da malha de aço e do tecido de nylon, e (4ª) um sistema de imãs e peneiras separa a borracha, o aço e o nylon; (5ª) a borracha é, então, moída e separada num sistema de peneiras e bombas de alta pressão, (6ª) passando para um reator ou autoclave onde ocorre a desvulcanização da borracha, recuperando cerca de 75% de suas propriedades originais; (7ª) a borracha segue para um tanque de secagem onde o solvente é recuperado, retornando ao processo.


Obs.: Um novo processo para a desvulcanização está em desenvolvimento no Laboratório de Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais. Com um solvente mais acessível e de menor custo pretende-se tornar o processo atual menos complexo, e viável para menores escalas de produção.


A borracha regenerada de pneus pode ser empregada na fabricação de muitos artefatos, como tapetes, pisos industriais e de quadras esportivas, sinalizadores de trânsito, rodízios para móveis e carrinhos. Também é utilizada na recauchutagem de pneus, no revestimento de tanques de combustível, como aditivo em peças de plásticos, dentre outros usos.



Há também os processos químicos para recuperação da borracha, entre os quais craqueamento, pirólise, gaseificação, hidrogenação, extração por degradação e extração catalítica.


Desde meados da década de 1990, o processo da pirólise tem sido o mais implementado na reciclagem de pneus. A pirólise, considerada uma destilação destrutiva, visa reaproveitar componentes do pneu como matérias primas e/ou combustíveis.


Pirólise genérica


Definição: decomposição química por calor na ausência de oxigênio. Os resíduos que alimentam o reator pirolítico podem ser provenientes do lixo doméstico, de resíduos plásticos e outros resíduos industriais.



O processo consiste da trituração destes resíduos que deverão ser previamente selecionados. Após esta etapa são levados ao reator pirolítico onde, através de uma reação endotérmica, ocorrerão as separações dos subprodutos em cada etapa do processo. O reator pirolítico possui três zonas específicas que coletam alcoóis, óleo combustível, alcatrão, cinzas, etc.

Existem variados tipos de reatores pirolíticos em operação, com tecnologias diversas para a extração de subprodutos dos resíduos que processam como a pirólise de pneus com xisto (PETROBRAS), a de pneus SVEDALA/METSO, pirólise com reator catalítico secundário e a pirólise PKA/Toshiba.




Para saber mais:

- Sobre novos processos de incentivo de reciclagem de pneus http://www.globaltechnoscan.com/1Aug-7Aug01/scrap_tyres.htm

- Reciclagem 2000 http://www.geocities.com/reciclagem2000

- Reciclagem de pneus http://www.blonnet.com/businessline/2001/03/21/stories/042167tc.htm

- Pneus usados transformam-se em óleo e gás PETROBRAS - Petróleo Brasileiro S/A http://www.reciclarepreciso.hpg.ig.com.br/materiais.htm

- O desafio da reciclagem http://www.revistaocarreteiro.com.br/ano2000/Edicao316/reciclagem.htm

- Reciclar pneus http://www.compam.com.br/re_pneus.htm

- Recuperação de borracha http://www.cecae.usp.br/aprotec/RESP33.htm

- Nova tecnologia mineira é simples e barata http://revista.fapemig.br/10/pneus.html

- Método para reciclagem de pneus http://www.estadao.com.br/autos/noticias/2002/mai/28/110.htm

- Reaproveitamento de Sucata de Pneus http://www.ablp.org.br/acervoPDF/04_LP56.pdf



Escrito por Júlia M. Müller

Colaboradores: Ítalo Rafael, Gilberto Júnior, Lucas Leonardo, Felipe Albernaz, Matheus Serra, Pollyana Prado que permitiram o acesso às informações do trabalho "Reciclagem de Pneus" da disciplina de Introdução à Química Tecnológica da Universidade de Brasília.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Descarte Correto do Óleo de Cozinha

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de óleo de cozinha devido a grande produção de soja, e outras sementes que tem como finalidade a produção do óleo vegetal. O consumo deste óleo é crescente em todo mundo e no Brasil não é diferente. Devido a praticidade e a economia de tempo ao fazer um alimento frito é que se deve a crescente utilização. A medida que o óleo é utilizado (aquecido a altas temperaturas) é inevitável degradação do mesmo e se torna impróprio para o consumo humano. E para onde vai tanto óleo usado? Atualmente a maior parte tem como destino os rios e lixões entretanto esse fim é totalmente incorreto. Leia abaixo algumas informações sobre os males provocados pelo mal descarte do óleo de cozinha usado e aprenda a descartar corretamente.


Males

Descartar o óleo de cozinha pelo ralo não é somente um problema ambiental. O óleo usado produz dano ao meio ambiente se jogado pelo ralo da pia, pois provoca o entupimento das tubulações nas redes de esgoto, aumentando em até 45% os seus custos de tratamento. E no final das contas quem paga é sempre o contribuinte.

“Um litro de óleo polui cerca de dez mil litros de água“, ressalta o professor Miguel Dabdoub. Para arrecadar o material, supermercados podem se transformar em postos de coleta. Os danos causados pelo despejo incorreto do material são diversos; impermeabilização do leito de rios, poluição da água e morte de espécies da fauna e flora. A quantidade de óleo usado é enorme e projetos estão sendo lançados para aperfeiçoar o descarte de óleo de cozinha usado. A partir do rejeito pode-se produzir sabão e biodiesel.
Como descartar: A primeira medida a ser tomada é armazenar as sobras da fritura em vez de jogá-la diretamente no ralo ou na lixeira. Este armazenamento pode ser feito em uma garrafa pet com tampa, por exemplo. Não utilize garrafas de vidro, pois esta pode quebrar e, além de derramar seu conteúdo, provocar acidentes.O passo seguinte é encaminha-lo para uma destinação adequada, seja para fazer biodiesel, seja para sabão ou outros. Existem Ongs que já trabalham com a reciclagem de óleo.


Destino

Contar-se com vários postos espalhados por 11 estados, é claro que a lista não está completa. Você pode entregar o óleo nos postos de recolhimento. Para saber onde encontrar um posto de coleta mais próximo clique aqui: Esta lista com certeza irá aumentar a cada dia pois supermercados, academias, padarias entre outros comércios, podem se tornar um posto de coleta.


Postos de coleta no Distrito Federal


De acordo com o coordenador do projeto da Caesb de coleta de óleo de cozinha, Fernando Starling, existem 23 pontos de coleta no Plano Piloto e, a Caesb lança mais 65 pontos onde a população vai poder se dirigir e fazer sua contribuição. Os pontos de distribuição serão espalhados em supermercados, academias e em todas as unidades da Caesb. Para facilitar a coleta do óleo usado, o objetivo é estender esses pontos para todas as administrações e escritórios regionais da Emater, parceira do projeto. “Essa é uma grande campanha que vai se agigantando a cada momento e quantos mais pontos de recolhimento tivermos, conseguiremos uma maior participação da população”, concluiu Starling.
Conheça um pouco mais sobre o projeto da Caesb em Brasilia.



Benefícios

Ao destinar o óleo de cozinha para a produção de sabão você contribui para que as ações de sustentabilidade nas grandes cidades sejam ampliadas. Quando o óleo do seu consumo é encaminhado para o reaproveitamento você atua para a melhoria do meio, para a inclusão e geração de renda e também incentiva o consumo consciente.
O Sabão Ecológico é um produto que se obtém com o reaproveitamento do óleo de cozinha usado. Como principal benefício da coleta seletiva do óleo que temos é a preservação do ambiente. Essa idéia ainda precisa ser melhor difundida e temos um grande potencial. Através do óleo de cozinha usado pode-se produzir biodiesel.



Escrito por Elon F. de Freitas

Qual(is) da(s) medida(s) a seguir deveria(m) ser priorizada(s) para que o tratamento de resíduos fosse mais efetivo?